quarta-feira, novembro 03, 2004

 

Intervenção do Presidente da AEUE nas cerimónias do dia da Universidade

Ontem, durante as cerimónias do dia da Universidade, João Carlos Rebelo Correia presidente da AEUE, fez um discurso onde relata os tempos difíceis que a nossa Academia está a passar.
Foi um discurso onde o tema das propinas, da qualidade e excelência foram abordados.

O João Correia diz que: "Mais uma vez, são os estudantes a elevar bem alto as bandeiras da qualidade, da justiça e da Democraticidade no Ensino Superior em Portugal", sim, manifestações não têm faltado, mas pouco se tem manifestado e exigido Qualidade no Ensino, as palavras de ordem são sempre as mesmas: "Não Pagamos, Não Pagamos".

"O Debate parou, a Democracia parou, o Desenvolvimento desapareceu!", concordo, quando mais de 80% do Orçamento é para pagar os salários, como é que haverá Desenvolvimento? Quando no Senado os alunos senadores são impedidos de intervir, onde está a democracia?

“...E se, ainda para mais, se o desenvolvimento de um pais é aferido pela qualidade dos seus quadros, qual será o horizonte de desenvolvimento para Portugal?
Onde estará a competitividade de Portugal que não aposta nas suas futuras chefias?”
É de senso comum que quanta mais instruída for a população, mais desenvolvido será o país. Em Portugal os governos não apostam na Educação. Talvez porque os resultados serão a longo prazo, e os políticos querem votos, quem vem a seguir que feche a porta.

“O mal-estar é sentido por todos. Docentes, alunos e funcionários não têm pejo em dizer o que lhes vai na alma. Sente-se o clima de insatisfação em todas as salas de aula, em todos os serviços, em todas as conversas. E é este mesmo mal-estar e descontentamento que leva a que os estudantes se manifestem, se vejam obrigados a reagir. A sua passividade é desconfortante! Tome a defesa desta casa como uma premissa, e de uma vez por todas, sem medos, olhos nos olhos com os estudantes, demonstre o que pensa e o que pretende. Pois se assim não o fizer, só existirá uma solução para a sobrevivência desta Nossa casa. A Sua demissão.”
Não sei se a solução estará na demissão do Sr. Reitor, mas uma coisa é certa, os nossos direitos têm de ser reivindicados, de uma forma racional e sem as habituais palhaçadas. Cada vez que vejo uma manifestação estudantil, parece que estamos em festa!
Partilho as preocupações de João Correia, espero que as futuras manifestações sejam feitas de uma forma inteligente e racional, e que não passe por trancar novamente os portões da Universidade, este tipo de acções só traz antipatia para a causa estudantil.

O discurso pode ser lido na íntegra na secção Notícias da página da AEUE.

Comments:
Antes de mais, quero felicitar os criadores deste blog!!
Depois, sem dúvida alguma, só posso concordar com o que aqui é relatado e opinado!! Não faz sentido ao presidente da AEUÉ vir embandeirar em arco sobre questões de qualidade no Ensino Superior, quando a sua direcção apenas pautou o mandato ao nível da gestão corrente. Aliás, em muitas oportunidades, vimo-la bolinar à deriva, sem qualquer estratégia global, rigorosa e de ataque aos reais problemas dos estudantes da UE. Sobre as formas de protesto, disso então, escusou-me a falar!! Apenas digo que o precedente já vinha de trás!!
Parabéns!!
 
Frederico,

Agradeço as palavras de incentivo.
Quanto às formas de protesto, parece-me que não há uma posição rigorosa e consciente por parte dos estudantes da UÉ. E consequentemente da AEUÉ. Parece-me que há falta de objectividade.

O Frederico é estudante da UÉ?
 
Sou estudante da UÉ há cerca de 8 anos. Terminei há 3 a licenciatura em História-Património Cultural e, desde o ano passado tou inscrito em nova licenciatura em História, mas neste caso variante Arqueologia.
 
Frederico,

No seu profile não é possível obter o seu e-mail. Se puder, envie-o via meca_ue@sapo.pt.
 
Parabéns pelo BlogUE.
Em relação à notícia considero que o discurso não possui erros mas bastantes equívocos. Equívocos de coerência, de moral, de estratégia e de conteúdo. De coerência porque perceber o mal todos nós percebemos,mas encontrar e discutir a cura já não é para todos. De moral porque só fala de democracia, de qualidade, de desenvolvimento, etc, quem para eles contribuiu. Ora não me parece o caso e muito lamento que assim tenha sido. De estratégia porque se cedeu facilmente a todas as pressoes e procurou-se sempre dizer sim a toda a gente para não chocar com ninguém, enquanto que se deixaram condicionar por quem falava mais alto.
De conteúdo porque sinceramente foi do que se sentiu falta na AEUE.
Quanto aos precedentes que o Frederico fala, deduzo que sejam em relação aos responsáveis políticos da Universidade e do Governo que tudo fizeram para criar conflito e mau estar dentro da Universidade.
Francisco da Costa
 
Terei que concordar com o Miro, quando ele fala acerca dos responsáveis do Governo e da própria Universidade. Mas quando falo na universidade, falo inclusivamente dos estudantes e de quem os representa!! A opinião é passível de crítica e discordância, no entanto quando chegamos a um patamar designado por universidade, não temos só direitos, mas sobretudo deveres!! Esquecemo-nos destes muitas vezes e brincamos à política, fazendo uso dos interesses, muitas vezes conspurcados da comunicação social, mas atingir fins próprios ou evidenciar atitudes que, em minha opinião, podem ser censuráveis. Fechar portões ou promover greves nunca foi, nem será a atitude, na minha óptica,das mais correctas a tomar! Perfilho do pressuposto da crítica pró-activa, ou seja mostrando trabalho, valorizamo-nos e demonstramos credibilidade e responsabilidade. Daí em diante, é mais fácil olharem-nos com outro respeito e anotarem os nossos descontentamentos. Muitas vezes nem discuti o conteúdo das direcções da AEUÉ, mas sobretudo as formas de agir!! Nalguns casos, apenas de reagir!!
 
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